segunda-feira, 31 de maio de 2010

Guardados e Marcados...

Ontem minha mãe encaminhou de uma só vez, três mensagens, no mesmo instante pensei:"Ah mãe, quantas mensagens de uma só vez,mas não é que quando as abri, todas elas realmente valiam à pena serem analisadas com a devida atenção?Chegamos à conclusão de que existem alguns e-mails que jamais deveriam ser apagados das vossas caixas de entrada...Tudo bem, eu sei que as vezes o limite de armazenagem é pouco ou mesmo quando chega a uma determinada quantidade, temos que apagar de qualquer maneira..

Mas qual o critério para definir o que é ou não importante?Boa pergunta...Usamos aquela velha e já tão surrada desculpa:"ah, amanhã eu vejo; ah não,de novo não;não vou nem olhar"..Será mesmo que estamos tão "sem tempo" assim?Vejamos uma historinha, em um dia marcado pela falta de paciência:

" Era uma vez dois irmãos, era uma menina e um menino, os chamados "gêmeos fraternos"( diga-se de passagem, existe mais briga que paz!),seus nomes? Intolerância e Desrespeito..A primeira sempre tímida, não se mostrava por inteiro a primeira vista, mas no momento em que se sentisse à vontade, entrava,literalmente, "sem pedir licença"...Sempre voluntariosa, ganhava espaço nas casas de seus amiguinhos, desprovidos daquela amiga, já um pouco idosa, a paciência...Já o menino, nossa esse daí realmente não era brincadeira viu?!Sempre se achava no direito de fazer o que bem entendesse, nesse aspecto,herdou um pouco das características da irmã..
Os dois não tinham medo de nada, exceto de um vizinho,já bem idoso, esquecido por muita gente, pois a "falta de tempo" os impede de valoriza-lo..Uma tarefa que esse velhinho tão simpático nunca se cansa de fazer é recolher a sujeirinha que as tempestades de sentimentos traziam e é claro, juntar os caquinhos dos "corações alheios"..Os meninos tinham medo de se aproximar dele, não o conheciam, ele escondia seu rosto e tal qual desconfiada é a natureza humana,sempre que o encontravam na rua, logo se escondiam por trás de alguma árvore.Ah, já ia me esquecendo: acho que vocês querem saber seu nome, certo?Amor era seu nome..

Certo dia, as crianças encontraram o Amor na rua, tiveram medo no início,mas logo mostrou sua face e abriu um sorriso luminoso, convidando as crianças para uma tarde em sua casa..E o que aconteceu quando entraram?Nunca mais quiseram sair de lá..Perceberam que foram muito bem recebidos e que seria a maneira mais fácil de atravessar a mais bonita de todas as pontes: o coração"....

Gostaram da historinha?É, essa não recebi por e-mail; o dia de hoje me trouxe como "presente" o ataque à uma embarcação que trazia mantimentos para pessoas necessitadas, sem motivo aparente algum para tal barbaridade...E aí que pergunto: onde vai parar essa falta de tolerância e o desrespeito as diferentes origens, religiões, ideias?Só espero que não vá muito longe..Já é hora de encurtar esse caminho...

Abraços à todos!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Cortinas do Amanhã...

Depois de tanto tédio nesta cidade que nada acontece, eis que surgiu a oportunidade: sim, é verdade!Neste im de semana que passou, uma peça de teatro com temática interessante chega à província onde moro..As duas carinhas gregas - a da tragédia e a da comédia - dão o ar de sua graça,mostrando que há mais cores que a nossa vã filosofia possa imaginar(Obrigada Shakeaspeare!!).Orgulho-me de poder dizer que tem um "dedinho" meu nessa vinda para cá,não existe nada mais gratificante que fazer as pessoas pensarem...

A história começa com o ator sentado, contando a história de um homem que acaba de perder sua própria mãe..não se sabe se hoje..ou ontem...Curioso isso não? Várias coisas de nossa vida as quais julgamos extremamente importantes acabam simplesmente "fugindo" de nossa memória..Será mesmo uma fuga?Aqui vai um trecinho de uma mensagem a qual recebi de um amigo, aliás, anda sumido faz um bom tempo:"Há dias em que me busco e não me acho, faz dias que não "me vejo"..Às vezes bate um medo de enfrentar quem realmente somos e o que de fato pensamos..Somos complicados por natureza (por isso existem os psicólogos, graças à Deus!).

Ao longo das falas, percebo que o narrador parece não só contar, mas fazer parte da história - que feliz "coincidência", não acham? Já que cá estou, contando uma "história", a minha mesmo, é realmente algo deveras curioso..Oferecem-no uma xícara de café e um cigarro em um momento triste, ele aceita, de bom grado...Pelas regras de etiqueta com as quais somos obrigados á conviver desde a mais tenra idade, não deveria aceitar..Conforme o tempo passa, a sociedade nos impõe que devemos ser educados - ou deveria dizer, hipócritas?- polidos, mesmo que isso nos custe a própria sinceridade, honestidade de nossos atos, sentimentos, ideias..Escondei-vos, usai as máscaras da dissimulação- nossa parecem mais aqueles discuros de pelo menos, uns quinhentos anos atrás, coisas de quem usa o tempo..ou será que ele quem nos usa?

Uma das passagens que mais me impressionou, tanto que cheguei à repeti-la enquanto o ator falava:" Posso não saber das coisas que me interessam..Mas com certeza sei muito bem das que NÃO me interessam"..Achei que aquilo tudo tivesse saído da minha cabeça; mas não..Tudo parecia se encaixar perfeitamente com a minha realidade e posso dizer até que com muitas pessoas que conheço..e até que não conheço...Lá se vão anos desde que cheguei à conclusão de que sei exatamente do que NÃO gosto,mas as que gosto acabam por gerar dúvidas, questionamentos..parecem infindáveis, muitas vezes..É claramente perceptível através da quantidade de pontos de interrogação e reticências presentes, coisas de quem vive a se indagar o que realmente é importante, imprescindível, inadiável- nossa, quantos "is" não é mesmo?!

A indecisão é peça chave da personalidade do personagem..Não sabe se quer viajar, se gostaria de mudar de país ou quem sabe até mudar de vida..Determinado momento, escutei a seguinte frase:"Devagar, acostuma-se à tudo na vida"..Confesso que discordo.Talvez porque o personagem, nas palavras do filósofo alemão Nietzsche, já esteja na fase de "criança", a qual se aceita tudo, simplesmente, é realidade, é a própria natureza..Enquanto eu, na "fase do Leão", a qual tudo se contesta, na qual o jogo do tabuleiro sempre pode ser virado, revirado à nosso favor,seguindo tão somente a vontade premente, aquela que "grita" para ser atendida..Ah, quase ia me esquecendo: Em um momento, o homem solta toda a sua raiva.. e depois parece tranquilizar-se..Quando temos algo a dizer,no instante em que nos desprendemos das amarras da hipocrisia, o peso, antes de 30 toneladas,neste momento, torna-se a mais leve das plumas...Eu garanto..

Abraços à todos!

sábado, 1 de maio de 2010

Hesitação...

Nossa, quanto tempo faz que não apareço aqui..É verdade, no mês passado, o qual ao mesmo tempo parece tão distante,mas tão próximo,afinal hoje é mais um dia primeiro de um novo mês..Há dias já estava com planos de escrever aqui, mas passei pelo mal que já me assola - e acredito que isso não seja só um problema meu - a hesitação..Alguém sabe qual o real significado dessa palavra que tanto nos confunde, até no momento de soletrá-la..Aliás, ô idiomazinha difícil esse, viu?!

Hesitação: palavra que consiste em deixar que a palavra fique no limite entre a intenção de dizer alguma coisa e presa no meio da garganta, quando o cérebro dá aquele freio,parece que não está certo dizer aquilo..O velho conflito entre dizer o que se sente e a dúvida cruel de saber que o mundo de hoje dá mais espaço aos racionalistas, aqueles que pensam, pensam...E por isso mesmo acabam não fazendo nada - nada mesmo...A minha inércia, devo confessar: durou muito, mas muito mais do que eu esperava..Passei anos e anos com medo de dizer por receio do que as outras pessoas iriam pensar..

Depois disso, resolvi que o melhor de tudo é colocar para fora, obviamente,utilizando as palavras corretas,afinal a intenção não é machucar ninguém, certo?A própria criação do blog foi uma tentativa de ser ouvida, um pouco egoísta,devo confessar, é como se eu escrevesse aqui só sobre as minhas passagens, mas juro que tento abordar de uma maneira em que pelo menos alguém, um ser humano nesta terra se identifique com algo que escreva, é claro sempre buscando ver que todos os nossos episódios diários trazem alguma lição que vale à pena ser guardada e dividida,chega de tanto egoísmo espalhado mundo afora, não acham,já dizia o poeta: "Gentileza gera gentileza"..

Será que é por isso que uma certa pessoa sempre diz que ao invés de pedir as coisas em um claro português, a tendência é levar tudo pro lado da reclamação.É como se o tempo da infância voltasse, quando a criança para ser atendida, tivesse que gritar, chorar para que todos possam ouvir e ter suas vontades atendidas..Estou reaprendendo a pedir agora, de uns tempos pra cá...Alguém tem um ouvido pra emprestar?

Abraços à todos!!

O Sapato que te cabe...

Dia desses saí calçada com os tênis novos de minha mãe: eram rosa, lindos... Ela tinha chegado em casa uns dias antes comentando que havia e...