quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Por que nunca tive sonhos?

Essa é a história de um jovem voluntarioso, o qual tinha tudo o que queria no exato momento em que sua vontade imperava..Ravi morava na Índia e possuía um elefante chamando Mustafá, que o levava sempre onde seu dono mandava..Um dia porém, Mustafá sentiu grande dor e não podia fazer o que Ravi mandou, foi então que disse:

-Meu amo, sinto muitíssimo, mas não posso trabalhar hoje.Sinto muita dor em minha pata direita traseira, prometo que amanhã retorno às minhas atividades.

E Ravi então retrucou:
-Ah elefante preguiçoso, está aqui à meu serviços, não tens escolha..Serás rapidamente substituído!

Mustafá não se fez de rogado:
- Tudo bem, vós sois o dono de vossas vontades e sonhos..Se é de tua vontade, saio de cena e que entre outro disposto à seguir os teus desmandos.

Ocorre que, naquele exato momento, a Índia passava por um momento crítico: a manada de elefantes estava cada vez mais escassa; os que ainda possuiam forças pra trabalhar, fugiram para uma região onde não houvesse tanta escravidão por parte dos Marajás, ainda presentes neste período.

Gostaram da historinha? Tudo isso pra dizer que eu nunca possuí sonhos exatamente meus..Não, isso não é uma carta suicida, podem ficar sossegados..O que acontece é uma simples constatação: sempre fui guiada, levada por desejos, sonhos de outrém... Assim como o Ravi, pessoas me diziam sempre o que tinha de fazer, nunca quis ser alguém malcriada, muito pelo contrário: agradeço à todos aqueles que me ajudaram quando mais precisei, mas acrescento que às vezes é preciso pegar a rota contrária: desobedecer.

Mas como, desobedecer?!Ser estúpida, uma verdadeira rebelde sem causa? Não, definitivamente não...Simplesmente deixar ser, construir sonhos, planos, metas com o melhor dos tijolos: o auto-conhecimento.Temos lados tão difíceis de serem contados como o maior dos poliedros da matemática, mas insistimos em sermos os velhos e conhecidos triângulos, com aqueles míseros três lados e muitas vezes, não chegamos à conhecer nem esses...A rotina maltrata nosso senso criativo, nos sentimos presos aos papéis pré-definidos, naquela ordem que nem sempre dá tão certo:nascer, crescer, estudar para ser o melhor da turma,passar no vestibular, formar-se e seguir uma carreira a qual nem sabemos porquê exatamente a escolhemos.

Seguir ordens ou fazer a própria história?Pergunta capciosa, difícil de responder: se seguimos ordens, somos bons filhos; se fazemos nossa própria história, somos ousados, desrespeitosos para com aqueles que sempre almejaram o melhor para nós?A modernidade trouxe valores muito deturpados, estranhos: filhos que mandam nos pais e pais aflitos, receosos de passar alguma espécie de trauma para seus filhos, tornando-se assim permissivos demais..Isso me lembrou o começo dessa história; os pais no papel do elefante já tão cansado e filhos como o dono voluntarioso, cheio de regalias e sem respeito..Porém não existem pais substitutos, assim como o personagem aqui retratado, mas tem um final feliz pra essa história, baseado na "estória" acima:não é necessário arrastar nossos pais e submetê-los ao nosso jugo e nem retroceder no tempo e tornar o autoritarismo a melhor maneira de educar, que tal se, simplesmente andassem de mãos dadas?

Abraços à todos!!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Caixa de Pandora...

Dia desses escutei uma conversa entre pai e filho, que era mais ou menos assim:
-Pai, quando eu crescer..Quero mudar o mundo.
E o pai responde:
- Por quê meu filho?
E o filho então retruca:
Porque deve ser legal...

E é nesse ponto que que começa a história de hoje..Houve um tempo, mais especificamente uma geração que sonhava em mudar o mundo...Acabar com guerras, valorizar o ser humano, enfim, modificar o que havia de errado; essas e outras ideias faziam parte do imaginário dos chamados "quarentões de hoje", aqueles que participaram da geração cara pintada, tinham uma política participativa...E o que será que houve pra que esse desejo tão imenso de melhorar nosso planeta se tornasse uma sede infinda de poder nas mãos, transformando tanto nossa morada, à ponto de tufões, terremotos, enchentes, queimadas, tsunamis e outras desgraças aumentarem à níveis alarmantes? Será que precisava mesmo tudo isso?

Dia desses me peguei pensando que, os produtos fabricados há vinte, trinta anos atrás possuiam uma durabilidade incrível, as pessoas não tinham a necessidade que tem hoje de sempre trocar, substituir por algo tão mais novo, mais moderno, o conceito não era o de" ficar para trás", mas sim de atender as necessidades básicas de cada um.Hoje se tem o que eu chamo de "poço sem fundo da tecnologia" ou a expressão "elevador sem último andar" seria mais apropriada?Não entenderam né? Tudo bem, lá vem mais uma de minhas explicações: o poço sem fundo veio porque cada vez mais nos sentimos reféns da tecnologia, se não nos adequamos a ela, estamos "atrasados" e por isso vamos caindo, em direção ao fundo, que nunca chega,pois cada dia que passa sempre temos algo pra mudar, substituir..

E de onde vem essa maluquice de "elevador sem úlltimo andar" cara pálida?!Calma queridos, é simples: um elevador sobe e desce,correto? Imaginemos quando ele está subindo,em todas as ocasiões, existe um último andar, concordam?Nessa minha mais nova expressão, esse último pavimento, "o fim do caminho", simplesmente não existe; a tecnologia é algo tão mutável, tão fluido, ao passo que então continuamos subindo, subindo, subindo..Acho que tem horas que isso cansa um pouco, não acham?!

Nas poucas viagens que ainda faço de carro, percebo que a paisagem mudou ao longo dos anos..Será mesmo que mudou?Ou na verdade, ela continua a mesma de mais de uma centena de anos atrás, só que vai diminuindo a camada de florestas naturais para dar lugar à sede de poder daqueles que possuem mais...Às vezes dá vontade de parar no tempo, ou a expressão mais acertada seria voltar no tempo e corrigir tudo que fizeram de errado?A máquina, para tristeza de todos nós, não existe; o danado do tempo só anda pra frente, até nisso ele resolve ser tão apressadinho..Que tal mudar de planos hoje?

Abraços à todos!!

O Sapato que te cabe...

Dia desses saí calçada com os tênis novos de minha mãe: eram rosa, lindos... Ela tinha chegado em casa uns dias antes comentando que havia e...