quarta-feira, 8 de julho de 2015

Um balde de consciência...

Enxergar sujeira num recipiente é atividade deveras fácil...Olhemos as nossas lixeiras: sim, aqueles cestos que foram feitos para receber dejetos, coisas imprestáveis, restos... Quando estão a chegar no limite, já sabemos que é hora de retirar o saquinho plástico - adeus sustentabilidade - e sem querer fazer trocadilhos, colocar o "lixo no lixo".Os grandes defeitos, assim como a sujeira que se acumula no nosso dia-a-dia, são visíveis; o ser humano teima em apontar as falhas alheias, a sua vista é como a de lince: aguçada e incisiva, ávida por mostrar o que está errado nos outros..Mas e as nossas falhas, os nossos erros, como enxergamos?

Meio "sem ter o que fazer",fato que não procede pois nunca ficamos cem porcento desocupados quando se trata de afazeres domésticos, fui enxaguar umas roupas que tinha colocado num balde ontem a noite: sim, as donas de casa de plantão vão me esfolar viva, já até escuto :" Não se deixa roupa no sabão de um dia pro outro, " Vai ficar fedendo" etc etc, mas continuando a história " pra lá de doméstica", o fato é que peguei uma velha escova de dentes, já inutilizada e comecei a esfregar a sujeira contida na alça e no fundo do balde.

Era uma sujeira grossa, antiga, já devia estar ali há muito tempo, só esperando que alguém a "enxergasse"...Eis que enxerguei, vi que precisava de alguma intervenção...É cômodo esperar que outra pessoa nos mostre o que fazer, onde está o erro, não é mesmo?  Complicado mesmo é fazer com que nossos próprios olhos consigam visualizar isso. Já estamos tão acostumados aquela situação, aquele padrão, que nada daquilo parece fazer diferença, é aquela "manchinha" no chão: a gente sabe que basta passar um paninho com o produto específico para tal que a mesma vai sumir e quem disse que "temos tempo" de parar e cair em si mesmos? Tudo hoje é tão apressado, tão imediato que "falta tempo para ter tempo"...Parece estranho...E é..Não deveria ser parte do comportamento, mas como dizem por aí "são os reflexos do homem moderno"...

Temos sim, a nossa quota de imperfeição já inserida em nosso DNA: ninguém nasce perfeito, livre de defeitos. A questão é não se acostumar tanto assim com eles, saber que alguns deles fazem parte de nós, mas que podem sim ser modificados e trocados por bons hábitos.Desliguemos os nossos tablets, smartphones, fones de ouvidos e conectemos com o nosso "eu - sim, parece conversa de psicólogo; captar os próprios pensamentos faz parte do processo de evolução, é a nossa "limpeza interior"...Por falar nisso, você já lavou seu "balde" hoje? Pensemos com carinho...

Abraços de luz!!

sábado, 9 de maio de 2015

Um, dois, três...Testando...

E essa é uma história sobre chocolate, cozinha e encarar a vida de frente...Alguém deve estar se perguntando:" Xiii, será que ela comeu alguma coisa estragada hoje?" e eu respondo que não exatamente meus queridos...Sábado à noite e eu fui me aventurar no "fantástico mundo da cozinha", território deveras desconhecido para a minha pessoa e o resultado de tudo isso ainda na edição de hoje...

Eis que encontro alguns pães de queijo no freezer e como não estava com recursos financeiros para pedir o velho e bom delivery, vamos lá, um toque de Minas Gerais - nada saudável, diga-se de passagem. Foi então que abri o armário e vi uma caixinha alaranjada "brilhante", implorando para ser usada: era um tal leite condensado sem lactose ( opa, nada de merchan!).Resolvi que faria um brigadeiro versão "fit" - aproveitando que a palavra está tão em moda, certo? Então tá: misturando o ingrediente novato, o achocolatado e uma dose de manteiga - o velho truque pra não colar no fundo da panela.

Menina (o), o negócio começou a "tomar forma" muito antes dos brigadeiros convencionais: foi soltando do fundo da panela, aquele cheiro inebriante que só essa mistura perfeita - e nada explosiva- sabe ter. Os pãezinhos ainda estavam assando no forno quando desliguei o fogo e pus a "mistura dos deuses" em um prato pra esfriar e lógico, coloquei um pouco na boca pra provar: não, a coisa não estava como o imaginado, era uma mistura de textura de tijolo cozido com papa de chocolate queimada, devem estar sentindo o cheirinho da desgraça no ar.

Mas afinal de contas, qual o sentido de falar nisso tudo?

Sabe aquela mania que o ser humano tem de querer experimentar coisa nova o tempo todo? É um grande salto sairmos do nosso cantinho seguro, da nossa famigerada "zona de conforto". A gente acha que tudo de errado vai acontecer quando se sai dela (tá, tudo bem, eu saí na experiência com o brigadeiro e não foi lá a melhor opção), mas aí é que vem o "pulo do gato": se ninguém sai do lugar, como é que vai enxergar o que está mais na frente?Tem mais é que saltar mesmo, só não esquece de abrir o paraquedas na hora certa,ok? Afinal ninguém aqui tem tendência suicida.

Mãe nessas horas tem um papel fundamental: elas parecem que vêm com um sensor, um "radar de fábrica" pra nos advertir quando estamos diante de uma bela roubada.Dias atrás fui com ela ao supermercado pra fazer umas compras, vi uma caixinha de suco belíssima, com diversas cores e com uma aparência de "estritamente saudável", sabor de cenoura, beterraba e laranja.Pensei: poxa, deve ser bom". Assim que ela viu no momento do caixa, disse logo:" Menina, deixa isso aí, vai ser mais uma coisa estragada na geladeira" e eu teimosa como sou, resolvi levar.Provei o tal suco hoje.

Moral da história:gosto de ferrugem misturado com um "pesadelo de suco de laranja".Nesses momentos elas adoram dizer aquele discurso surrado, mas cheio de sentido : "Eu bem que avisei"..Mas mãe, se eu não provasse, mesmo que fosse pra dizer que é uma porcaria, como eu ia saber o gosto? É, não tem jeito caríssimos, o mundo é algo assim, como uma maçã escolhida ao acaso: ela pode ter a casca brilhante, um belo aspecto, mas se não provar, se não for pra sentir o gosto, vai ser só mais uma no montante com as outras e afinal de contas, ela está aí pra isso mesmo, ser testada, aprovada, reprovada...Tal qual a vida...

É o que tem pra hoje... Abraços!!!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

Aquarele-se...

Ei, você ainda está aí?

Sim, como não começar esse texto de hoje com a frase que acabei de citar...Depois de mais de dois anos, sim caríssimos, DOIS ANOS sem escrever uma linha sequer, achei que devia isso à vocês e mais, à mim mesma...

Resolvi me render - novamente- à magia das palavras ( aqui no blog) e das cores: voltei à pintar- saliento que nunca fui nenhuma discípula de Monet, apesar de amar as telas impressionistas. Acho que todos se recordam dos famosos "livrinhos de colorir" que nossas mães nos davam pra manter nossas mentes inquietas um pouco ocupadas, não é mesmo? A vida moderna, estressante, como ela só, nos trouxe de volta o hábito de colorir desenhos para, agora, manter as nossas irrequietas mentes adultas, tão calejadas de ter obrigações, com um simples objetivo: colorir, imprimir diversos matizes para desenhos em preto e branco...

Basta olhar os sites de compras na Internet: procure por livros para colorir para adultos, com muita sorte irá encontrar algum exemplar sobrando...A explicação pra isso? Stress caríssimos, a gente tem que lembrar de tanta coisa durante o dia que falta tempo pra pensar em detalhes simples, como cores, por exemplo.

Engraçado como a ordem que pintamos os desenhos no livrinho diz alguma coisa sobre o nosso atual momento de vida: comecei pintando a contra-capa, ou como eu mesma estou chamando, a "página de testes". Usei primeiro as cores mais básicas nas flores - quase ia esquecendo de contar um pequeno detalhe: a tinta meus amigos, ah a tinta!! Sabem aquele tipo especial de lápis, o "aquarelável", o qual tem as cores mais reavivadas caso se utilize um pouquinho d´ água em cima da pintura? E não é que acabei me confundindo e trouxe a versão " apagada"?? Ah menina, presta atenção!! Mas eis que surge uma ótima ideia!! Que tal se usar aquelas canetinhas (ops, nada de merchandising!) com o corpo amarelo, da escrita fina e que tem cores bastante variadas?! Ótima ideia garota!!

Começo a aventura: depois de tantos anos sem me aventurar nesse universo tão mágico, eis que agora elas me acompanham onde for, o danado do livrinho não sai de perto de mim...Que ótimo! Fui reavivando os tons um tanto quanto apagados que já havia escolhido e colocando vida neles..Interessante foi onde comecei a buscar inspiração nas matizes escolhidas: na vida real, nas flores que por vezes escapam de nossas vistas pois estamos mais preocupados em reclamar, em brigar a prestar atenção naquilo que nos rodeia..Por quantas vezes esqueci de ver " a vida lá fora?"

Estamos tão cegos em nossos próprios mundos, o mundo lá fora parece não existir, diante do turbilhão de pensamentos e preocupações, os quais são como imã e a gente, a própria "limalha de ferro"..Mas voltando ao que estava falando, terminei a tal "página de testes".Ficou linda, pintada com todo cuidado, ops, aconteceu um pequeno imprevisto: as canetas que havia usado para reavivar as cores marcaram o verso da página..E agora? O que pode ter dado errado? É, talvez tenha colocado um "pouco de força" demais no traço, a gente de vez em quando exagera na dose não é mesmo? Por um pouco de leveza na mão e zás!! Tudo resolvido,obviamente na página seguinte, afinal a página de testes já havia sido concluída.

Comecei a pintar um desenho "de verdade", já não era mais a fase de testar, afinal não se pode passar a vida inteira só no "treino", certo? Esse era bem mais complexo, tal qual os desafios que nos são colocados dia a dia: árvores, flores, arbustos, pássaros, folhas, troncos...Pintei inúmeras folhas de uma só árvore, mas eis que vi o passarinho, tão triste, sem cor...Ah, passarinho! Talvez o intuito de colorir logo seja o que nos move: quem sabe com as cores ele bata suas asinhas e deixe pra trás esse mundo "tão preto e branco"? Pensam que terminaram as surpresas? Elas mal começaram..Minha irmã pediu pra continuar a pintura do mesmo desenho. Não tive dúvidas de que sim, ela podia ajudar, afinal o que é a vida senão um colorir compartilhado?!

Ei, pára de ajustar o brilho do celular e vai ver as cores lá fora, combinado?

Abraços de luz!!



O Sapato que te cabe...

Dia desses saí calçada com os tênis novos de minha mãe: eram rosa, lindos... Ela tinha chegado em casa uns dias antes comentando que havia e...