segunda-feira, 21 de outubro de 2019

O Sapato que te cabe...

Dia desses saí calçada com os tênis novos de minha mãe: eram rosa, lindos... Ela tinha chegado em casa uns dias antes comentando que havia encontrado os ideais: não machucavam os pés, tinham uma cor maravilhosa etc etc...Eu, como curiosa - assumida - que - sou, resolvi experimentá-los: calcei, coloquei as meias, pus a mochila nas costas e saí andando pra academia. De repente, me veio uma sensação esquisita, como se estivesse, literalmente, "calçando a história de outra pessoa", o que de fato faz algum sentido, já que não eram meus... Mas... Depois de alguns passos, comecei a sentir uma espécie de "adaptação": os passos já não eram mais tão incertos, começaram a ser um pouco mais velozes, seguros. Afinal, o que significa esse "papo" sobre sapatos que te cabem?

Muitas vezes ficamos presos aos "sapatos que já usamos há algum tempo" , algo meio parecido com a tal "zona de conforto" , a qual tanto já falei por aqui com vocês. A gente passa tanto tempo, mas tanto tempo fazendo a mesma coisa, da mesma forma que quando tenta fazer diferente, acha esquisito - a isso damos o nome de hábito...Obviamente alguns hábitos nos fazem bem: praticar exercícios físicos, comer frutas, blá blá blá, essa "ladainha" ( radar de gíria tipicamente nordestina ligado) que vocês, meus amados "seguimores", já conhecem bem... Porém, chega um momento na vida em que cansa fazer tudo do mesmo jeito, bate uma vontade de se reinventar, de mudar "da cabeça aos pés", a começar pela cor do cabelo, não é meninas?!

E eis que começou a mudança: final do ano passado mudei de endereço, embora na mesma cidade. Se eu me adaptei ao local? Não, não mesmo... Houve uma reviravolta a qual nem eu mesma esperava: tive depressão, ansiedade, tudo ao mesmo tempo... Chega menina, volta logo pra casa da tua mãe, corre: começa tratamento medicamentoso, aula de dança, acupuntura, terapia... A mudança teve que começar de dentro pra fora, não foi nada fácil; não existia vontade de fazer nada, nem mesmo o que já era de hábito. Tive que reaprender a ser eu mesma, no dia que consegui ir sozinha à psicóloga, foi como vencer uma maratona, a corrida era contra o tempo , mas a meu favor:de voltar a ser eu mesma a minha prioridade, cuidar da mente, do espírito, dos propósitos para com o mundo. Depois de quase 3 anos, sim, o número é esse, 3 anos sem atualizar esse blog, sair da redoma e expor o que tenho guardado aqui dentro, foi ótimo sair da minha "zona de conforto" e calçar outros sapatos, caminhar por aí e contar outras histórias...

O Sapato que te cabe...

Dia desses saí calçada com os tênis novos de minha mãe: eram rosa, lindos... Ela tinha chegado em casa uns dias antes comentando que havia e...