Enxergar sujeira num recipiente é atividade deveras fácil...Olhemos as nossas lixeiras: sim, aqueles cestos que foram feitos para receber dejetos, coisas imprestáveis, restos... Quando estão a chegar no limite, já sabemos que é hora de retirar o saquinho plástico - adeus sustentabilidade - e sem querer fazer trocadilhos, colocar o "lixo no lixo".Os grandes defeitos, assim como a sujeira que se acumula no nosso dia-a-dia, são visíveis; o ser humano teima em apontar as falhas alheias, a sua vista é como a de lince: aguçada e incisiva, ávida por mostrar o que está errado nos outros..Mas e as nossas falhas, os nossos erros, como enxergamos?
Meio "sem ter o que fazer",fato que não procede pois nunca ficamos cem porcento desocupados quando se trata de afazeres domésticos, fui enxaguar umas roupas que tinha colocado num balde ontem a noite: sim, as donas de casa de plantão vão me esfolar viva, já até escuto :" Não se deixa roupa no sabão de um dia pro outro, " Vai ficar fedendo" etc etc, mas continuando a história " pra lá de doméstica", o fato é que peguei uma velha escova de dentes, já inutilizada e comecei a esfregar a sujeira contida na alça e no fundo do balde.
Era uma sujeira grossa, antiga, já devia estar ali há muito tempo, só esperando que alguém a "enxergasse"...Eis que enxerguei, vi que precisava de alguma intervenção...É cômodo esperar que outra pessoa nos mostre o que fazer, onde está o erro, não é mesmo? Complicado mesmo é fazer com que nossos próprios olhos consigam visualizar isso. Já estamos tão acostumados aquela situação, aquele padrão, que nada daquilo parece fazer diferença, é aquela "manchinha" no chão: a gente sabe que basta passar um paninho com o produto específico para tal que a mesma vai sumir e quem disse que "temos tempo" de parar e cair em si mesmos? Tudo hoje é tão apressado, tão imediato que "falta tempo para ter tempo"...Parece estranho...E é..Não deveria ser parte do comportamento, mas como dizem por aí "são os reflexos do homem moderno"...
Temos sim, a nossa quota de imperfeição já inserida em nosso DNA: ninguém nasce perfeito, livre de defeitos. A questão é não se acostumar tanto assim com eles, saber que alguns deles fazem parte de nós, mas que podem sim ser modificados e trocados por bons hábitos.Desliguemos os nossos tablets, smartphones, fones de ouvidos e conectemos com o nosso "eu - sim, parece conversa de psicólogo; captar os próprios pensamentos faz parte do processo de evolução, é a nossa "limpeza interior"...Por falar nisso, você já lavou seu "balde" hoje? Pensemos com carinho...
Abraços de luz!!
Como acho que sou uma pessoa que tem muita história pra contar, nada mais justo que o nome desse blog..Espero que tenham histórias a contar também..
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