quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Contradição: essa sou eu...

Não estou preocupada em alcançar números impressionantes de leitores desta página, mas confesso que tem lá suas vantagens ser reconhecida pelos próprios talentos, méritos,ou como queiram chamar..Será que isso teria alguma explicação?!Segundo minha terapeuta sim, afinal, uma pessoa que passou a infância inteira recebendo elogios, talvez nem sempre sinceros, mas os recebia e mais ainda, recebia tudo, como se diz por aqui, "de mão beijada"; estaria presente um resquício de ressentimento, um pouco de preconceito contra mim mesma, velado por entre sorrisos e uma ponta de ressentimento?!Não saberia responder, quem sabe o tempo ajude..

Ahh, o tempo!Esse que é ao mesmo tempo mocinho e vilão, nos faz passar por situações, histórias nunca imaginadas e talvez essas histórias nem mesmo aconteçam pois outro personagem faz parte dessa história: o medo..É, é isso mesmo, o medo,nos ajuda, mas como atrapalha; já me atrapalhou bastante, hoje talvez ele tenha um outro papel: evitar que me envolva em situações ruins, se bem que, se existe uma palavra que me defina hoje em dia, essa palavra é contradição..Tem dias que amanheço com medo, ansiedade( prima-irmã deste último!), sonhadora, um pouco triste, animada, enfim, tem dias que nem eu mesma consigo me entender a julgar pela variedade de sensações, é um verdadeiro turbilhão de sentimentos, confesso que tem horas que acho que vou explodir...

São tantos pensamentos e em muitas vezes, todos vem ao mesmo tempo e na mesma intensidade, tem que respirar fundo pra não dar uma pane, to pensando em desacelerar, tirar umas férias de mim mesma e voltar um pouco mais lenta, embora receba sempre avisos de que talvez seja uma pessoa "devagar", pura capa, a cabeça parece que não pára de pensar um minuto sequer, a não ser que esteja nas minhas aulinhas de inglês,ah minhas aulas, gosto tanto delas!

Acho que acabei queimando a própria língua quando disse um dia que nunca queria ser profeessora, por estar sempre relembrando do "calvário" diário de minha mãe como professora de francês, sempre me dizendo:" Minha filha, estude pra ficar numa situação melhor" e então, resolvi ingressar no curso de Direito, sei lá, parecia idéia fixa na cabeça, feito música de péssima qualidade, gruda mais que chiclete velho, enfim, acabei cursando, Deus sabe o porque de eu ter conseguido terminar todo o curso porque eu mesma não me entendo e quer saber!?Já desisti de me entender, prefiro reaprender a cada dia, avaliar melhor meus detalhes, minhas atitudes, rever meus conceitos e os preconceitos,ah, esses que eu jurava que não havia qualquer sombra deles dentro de mim, estão mostrando suas "garras"...

Certas coisas que vem acontecendo nas últimas semanas me fizeram parar pra pensar que nunca fui uma pessoa muito ligada à religião, pelo contrário, achava que acreditar que existia uma força maior bastava, que a única coisa que importava era ser uma pessoa boa, o que de fato não deixei de acreditar, o problema é que nunca tinha me deparado com uma pessoa tão diferente de mim, que tivesse crenças tão diferentes me fizesse talvez reavaliar o conceito de diferenças, percebi que tenho sim, devo assumir, que tenho dificuldade em aceitar uma idéia diferente da minha, talvez por não querer aceitar que existem pessoas diferentes no mundo, que pensam diferente, mas nem por isso sejam menos dignas; ocorre que certas coisas não devem vir à tona,mlehor deixá-las quietinhas, lá no vão do pensamento, pois quando são ferozmente discutidas só trazem dor, desentendimentos e o pior, sofrimento de ambas as partes..

Qual a necessidade de deixar que crenças, idéias, afastem o que de mais bonito deve ser ensinado: a união entre as pessoas, independente de credo, raça,concepção política ou qualquer outro empecilho verificado nestes dias de cão, quando um simples motivo banal vira motivo de briga e até de morte?!Respirei fundo, acalmei minhas idéeias e meus coração,esse último já um pouco cansado, mas parece que está sempre disposto à recomeçar, aliás, adoro essa palavra: recomeço; indica sempre algo sem rancores, sem cicatrizes, e aí, quer recomeçar?Eu quero e você?
Ludmila.

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